Órgãos fazem ação para fiscalizar o uso de agrotóxicos em terras indígenas de Mato Grosso do Sul

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Após uma solicitação do Ministério Público Federal (MPF), diversos órgãos ambientais e representantes indígenas conduziram uma operação de conscientização e monitoramento sobre o uso de agrotóxicos nas terras indígenas Jaguapiru, Panambizinho e Guyraroká, localizadas nos municípios de Dourados e Caarapó, em Mato Grosso do Sul.

A ação foi coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro/MS), com o suporte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Realizada durante quatro dias no mês de junho, a iniciativa teve como objetivo principal promover conscientização sobre o uso responsável de agrotóxicos e verificar a regularidade das práticas de plantio comercial na região.

O MPF solicitou a intervenção dos órgãos após o falecimento de uma indígena grávida, ocorrido em 12 de março na aldeia Jaguapiru, suspeito devido ao envenenamento por agrotóxicos. A mulher, de 32 anos, e vários membros de sua família passaram mal após a aplicação de agrotóxicos em uma propriedade adjacente à sua. Ela foi hospitalizada, mas não resistiu, vindo a falecer cerca de 24 horas depois.

O MPF enfatizou a necessidade de fiscalização diante do aumento das áreas destinadas ao cultivo comercial, especialmente de soja e milho, nas terras indígenas, o que impacta a saúde e o meio ambiente das comunidades. O órgão também mencionou que há relatos de que parte dos produtos agrícolas utilizados nessas plantações são adquiridos sem prescrição agronômica ou através de contrabando do Paraguai.