Pesquisadores brasileiros criam bioplástico feito de alimentos

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Pesquisadores do Instituto de Macromoléculas da UFRJ estão desenvolvendo bioplásticos a partir de alimentos como linhaça, alho, pimenta e chia. Esses bioplásticos são biodegradáveis e se decompõem em meses, prometendo maior sustentabilidade e conservação de alimentos. O projeto, liderado pela professora Maria Inês Tavares, destaca os benefícios dos compostos bioativos para a saúde e sua aplicação em embalagens alimentícias biodegradáveis.

O processo é sustentável, sem o uso de solventes nocivos, e a tecnologia já está em processo de patenteamento. As novas embalagens prolongam a vida útil dos alimentos e evitam a geração de resíduos plásticos. Atualmente, as embalagens convencionais geram 36% de todo o plástico produzido, dos quais 85% acabam em aterros ou como lixo não gerenciado.

Os bioplásticos do projeto UFRJ apresentam propriedades antioxidantes e se decompõem em cerca de 180 dias em condições ambientais favoráveis. Durante a decomposição, não liberam substâncias tóxicas. A escolha das matérias-primas evita a concorrência com alimentos básicos da dieta humana.

Além disso, a professora Maria Inês Tavares ressalta que a inovação não se limita à sustentabilidade e à preservação ambiental. “Estamos desenvolvendo uma tecnologia que também visa agregar valor econômico, gerando oportunidades de negócios e empregos em um mercado em crescimento constante”, afirma a pesquisadora, enfatizando o potencial transformador do projeto no setor de embalagens.

No cenário global, os bioplásticos representam apenas 0,5% dos mais de 400 milhões de toneladas de plásticos produzidos anualmente. No Brasil, apesar do aumento na demanda por bioplásticos, a produção ainda enfrenta desafios como altos custos e infraestrutura insuficiente para descarte adequado. Especialistas destacam o potencial do país devido à sua biodiversidade, o que pode impulsionar a pesquisa e a produção de bioplásticos inovadores.