7 meses atrás
Uma em cada dez famílias brasileiras enfrenta insegurança alimentar
A insegurança alimentar no Brasil atingiu 7,4 milhões de famílias (ou 9,4% do total) no último trimestre de 2023, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25). Isso representa cerca de 20,6 milhões de pessoas vivendo em lares afetados pela redução na quantidade de alimentos consumidos ou pela ruptura nos padrões de alimentação.
A pesquisa classifica os domicílios em quatro níveis de segurança alimentar. O grau de segurança alimentar indica acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente. De acordo com o IBGE, cerca de 56,7 milhões de famílias brasileiras (152 milhões de pessoas) encontram-se nessa situação.
Por outro lado, o grau de insegurança alimentar leve afeta aproximadamente 14,3 milhões de famílias (43,6 milhões de pessoas), indicando preocupação ou incerteza em relação aos alimentos no futuro, além de consumo de comida com qualidade inadequada. A insegurança alimentar moderada atinge 4,2 milhões de famílias (11,9 milhões de pessoas), caracterizada pela redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação. Já a situação mais grave é a insegurança alimentar grave, que afeta 3,2 milhões de famílias (8,7 milhões de pessoas), representando uma redução quantitativa de comida e ruptura nos padrões de alimentação entre todos os moradores, incluindo crianças.
Apesar desses números preocupantes, houve uma melhora na situação em comparação com levantamentos anteriores. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada em 2017 e 2018, o percentual de domicílios em situação de segurança alimentar subiu de 63,3% para 72,4% em 2023. Além disso, os domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave recuaram de 12,7% para 9,4%, e a insegurança alimentar leve também teve uma redução, de 24% para 18,2%.
Essa melhora pode ser atribuída a investimentos em programas sociais e de alimentação, como os de transferência de renda, além da recuperação da renda e do trabalho. A redução dos preços dos alimentos também contribuiu para essa tendência. No entanto, a situação ainda está aquém dos índices observados em 2013, quando a segurança alimentar era garantida a 77,4% dos lares no país.
*Fonte: Agência Brasil
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